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Uma vida dedicada à defesa, preservação, fortalecimento e divulgação da cultura caipira.
Jornalista, culinarista, folclorista, fotógrafo, escritor, pesquisador, historiador. João Evangelista de Faria, mais conhecido como João Rural, tinha como missão de vida a valorização da cultura caipira por meio da divulgação das expressões culturais emergentes no Vale do Paraíba Paulista.
Nascido em 03 de junho de 1951, no Bairro do Campo Redondo, em Paraibuna, reuniu um acervo formidável durante quarenta e cinco anos de pesquisa: cerca de 400 horas de vídeo e filmes 8mm, 70.000 fotos e 7.000 páginas estimadas em livros, jornais e revistas, em que foi fotógrafo, redator, revisor, diretor, editor, tal como fez em diversos programas para a televisão. Faleceu em 23 de junho de 2015 em São José dos Campos.
Um homem multimídia e moderno que sempre amou a tradição rural e nunca abandonou as suas raízes.
Para o historiador Francisco Dias de Andrade (UNICAMP), o acervo de João Rural dá sequência ao do pesquisador Carlos Borges Schmidt (1908-1984), hoje pertencente ao Museu da Imagem e do Som, na cidade de São Paulo, e que constitui o principal registro da vida rural da região na época imediatamente anterior à forte urbanização. Nas palavras de Andrade:
“Se hoje a região do Vale do Paraíba ocupa local de destaque no panorama cultural do estado é porque João Rural provou-se certo contra os vaticínios pessimistas que davam como morta a cultura do homem rural em nosso estado.”
O acervo reunido por João Rural e mantido pelo Instituto Chão Caipira traz a história da região do Vale do Paraíba da última metade do século 20 e início do século 21, com um olhar sempre voltado às tradições, expressões culturais, história, culinária e o homem do campo.
João também sempre teve um olhar especial para o Rio Paraíba do Sul, voltado à sua preservação material e imaterial. O que o levou ao desenvolvimento de diversos projetos, os quais, desde 2007, contaram com apoio da Petrobras: guias, documentários, livros, curta-metragem infantil e história em quadrinhos. Muito mais ficou inacabado. Esse material foi doado em vida ao Instituto Chão Caipira, instituição criada por João Rural e sua família, e que agora tem a missão de publicar e preservar o acervo.
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